Call of Duty no Game Pass custou mais de US$ 300 milhões à Microsoft, diz reportagem

: Presença de Call of Duty no Xbox Game Pass teria gerado prejuízo bilionário à Microsoft, segundo reportagem da Bloomberg. Entenda os bastidores.

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10/6/20253 min ler

Desde que a Activision Blizzard foi adquirida pela Microsoft, uma das principais dúvidas dos fãs era se Call of Duty, uma das franquias mais populares e lucrativas do mundo, chegaria ao Xbox Game Pass. A resposta veio rapidamente — sim, o shooter entrou para o serviço de assinatura. No entanto, essa decisão pode ter custado caro: mais de US$ 300 milhões em perdas de vendas diretas.

A informação foi revelada em uma reportagem recente da Bloomberg, que entrevistou sete pessoas ligadas à divisão Xbox, entre funcionários atuais e ex-empregados. O levantamento indica que, embora a presença de Call of Duty no catálogo tenha sido vista como um movimento estratégico para atrair assinantes, o impacto financeiro negativo foi maior do que o esperado.

Perdas bilionárias e mudanças no Game Pass

De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, a Microsoft ainda não consegue gerar a receita esperada com o Game Pass, mesmo após oito anos de operação. O serviço segue em crescimento, mas os custos para mantê-lo competitivo são cada vez maiores — e a chegada de Call of Duty: Black Ops 6 ao catálogo é um exemplo claro disso.

Segundo um dos entrevistados, que pediu anonimato, a inclusão do novo título no serviço custou cerca de US$ 300 milhões em vendas perdidas. A explicação é simples: em vez de comprarem o jogo completo no console ou PC, muitos jogadores optaram apenas por assinar o Game Pass para jogá-lo, reduzindo significativamente a receita tradicional do lançamento.

Esse movimento já era esperado internamente, mas o número superou as projeções da empresa. Além disso, existe a possibilidade de que o plano de fidelização de assinantes — manter jogadores inscritos por vários meses consecutivos — não tenha alcançado os níveis previstos.

Aumento de preços pode estar ligado ao prejuízo

A decisão de aumentar os preços do Game Pass em outubro e remover jogos da franquia Call of Duty de algumas categorias do serviço pode ser consequência direta dessa perda financeira. A partir de agora, os títulos da série estão disponíveis apenas no PC Game Pass e no plano Ultimate, a opção mais cara do catálogo.

Essa mudança sugere que a Microsoft está tentando reverter parte do prejuízo causado pela entrada do jogo no serviço, ao mesmo tempo em que busca reforçar a percepção de valor das assinaturas mais completas.

O dilema do Xbox: crescimento vs. rentabilidade

O caso de Call of Duty expõe um dilema que a Microsoft enfrenta desde o lançamento do Game Pass: como equilibrar crescimento de base de usuários e rentabilidade. O serviço se tornou uma das maiores forças do ecossistema Xbox, oferecendo dezenas de títulos por uma assinatura mensal, mas isso também significa abrir mão de bilhões em vendas diretas que antes eram garantidas com lançamentos premium.

Para muitos analistas, a estratégia da empresa está focada no longo prazo — mesmo que isso signifique enfrentar resultados financeiros menos expressivos no curto prazo. A ideia seria consolidar o Game Pass como um dos pilares da indústria de jogos e transformar a forma como consumidores acessam conteúdo digital.

Se o prejuízo de mais de US$ 300 milhões foi um “preço justo” para fortalecer o serviço, apenas o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a presença de Call of Duty no Game Pass mudou a dinâmica do mercado — e também a forma como a Microsoft enxerga o valor do seu ecossistema.

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