Criador de GTA explica por que a franquia sempre depende da cultura americana e das armas

Dan Houser, cofundador da Rockstar e criador de GTA, revelou por que a franquia sempre retorna a cidades inspiradas nos EUA — e por que as armas são parte essencial da experiência.

GAMESNOTICIAS

11/5/20252 min ler

Uma das marcas registradas da série Grand Theft Auto é a liberdade quase total que o jogador tem em seus mundos abertos — e, junto disso, a forte presença de armas e violência satírica.
Mas, segundo Dan Houser, cofundador da Rockstar Games e um dos principais criadores da franquia, isso não é apenas uma questão de jogabilidade: é parte da identidade cultural de GTA.

A visão de Dan Houser sobre o DNA americano de GTA

Em entrevista ao podcast de Lex Fridman, Houser explicou que a franquia sempre retorna a cidades inspiradas nos Estados Unidos — como Liberty City (Nova York), Vice City (Miami) e Los Santos (Los Angeles) — por uma razão simples: a essência de GTA é americana.

“Para uma experiência completa de GTA, sempre decidimos que havia muito da herança americana na franquia”, explicou Houser.
“Seria muito difícil fazer funcionar em Londres ou em qualquer outro lugar. Você precisa de armas, desses personagens maiores que a vida real. É tanto sobre a América quanto sobre a nossa visão de fora dela.”

O ex-chefão da Rockstar ressaltou que a cultura das armas é parte inseparável do imaginário americano — e, portanto, essencial para a imersão e a crítica social que a série sempre apresentou.

Para Houser, as armas em GTA não são apenas ferramentas de gameplay, mas também símbolos da cultura dos EUA.
Desde o primeiro título da série, lançado em 1997, os jogos usam a violência exagerada e o humor ácido como formas de sátira social, retratando temas como crime, desigualdade e consumo desenfreado.

Segundo o criador, essa abordagem só é possível dentro de um contexto onde a presença de armas é normalizada — algo que, segundo ele, só os Estados Unidos oferecem de forma autêntica.

Por que GTA não “funcionaria” fora dos EUA

Embora títulos como GTA: London (1999) tenham explorado outros cenários, Houser reconheceu que a série nunca conseguiu se adaptar completamente a outras culturas.

“Você pode ir para qualquer um desses locais americanos e a fórmula funciona. Mas em outro país, o impacto não seria o mesmo”, afirmou.

A observação faz sentido quando se considera que o “espírito GTA” mistura crime, ironia e crítica cultural — uma combinação que depende diretamente de como o mundo enxerga os Estados Unidos.

E o futuro com GTA 6?

Com o GTA 6 confirmado para retornar a Vice City, muitos fãs se perguntam como a Rockstar vai manter essa herança cultural em um mundo cada vez mais sensível a temas de violência e política.
Se seguir a linha dos jogos anteriores, o novo título deve continuar a satirizar o estilo de vida americano, abordando temas modernos como redes sociais, cultura de celebridades e polarização política.

Leia também: 10 jogos curtos para zerar no seu fim de semana

leia mais