Cyberpunk 2077: A Queda da Humanidade em Neon e Implantes
Cyberpunk 2077 é mais que um RPG futurista. Uma análise profunda, emocional e sincera sobre identidade, escolhas e humanidade em meio ao caos de Night City.
REVIEW
Guilherme Benites
7/26/20253 min ler


À primeira vista, Cyberpunk 2077 pode parecer apenas mais um RPG cheio de armas tecnológicas, carros voando e um mundo brilhante demais pra ser verdadeiro. Mas se você mergulhar de verdade — nos becos, nas conversas, nas escolhas e na dor — vai perceber que tem algo muito maior ali.
Você joga como V, um mercenário tentando se firmar em Night City, essa cidade imensa, podre e linda ao mesmo tempo. Mas a jornada vai muito além do clichê “subir na vida”. É uma história sobre identidade, sobre o que ainda resta de humano quando o corpo é mecânico, a alma está em conflito e as memórias já não pertencem só a você.
Cyberpunk 2077 é mais que “um jogo futurista com tiro e carro voando”


Logo cedo, Cyberpunk 2077 te apresenta um peso enorme: Johnny Silverhand, interpretado brilhantemente por Keanu Reeves. Arrogante, impulsivo, quebrado por dentro... e mesmo assim, com o tempo, você se apega. Não porque ele é simpático — mas porque ele é real.
A relação entre Johnny e V é uma das mais intensas e bem escritas da história dos videogames. Em muitos momentos, é como se você estivesse dividindo o mesmo corpo com alguém que te odeia... mas, no fundo, também te entende. É desconfortável, às vezes agressivo, e em vários pontos... emocionalmente devastador.
V e Johnny Silverhand: um conflito que é quase poesia
Se tem algo que merece ser exaltado, é a dublagem brasileira de Cyberpunk 2077. É absurda. As vozes não só se encaixam perfeitamente, como carregam peso, regionalismo e alma. O Johnny em português tem aquele tom de quem já perdeu tudo, mas ainda luta. Vários personagens gritam, choram, cochicham… e tudo isso com uma entrega que é raríssima em jogos.
Uma dublagem em português que faz história
A soundtrack de Cyberpunk 2077 é um personagem à parte. Sério. Do tecno industrial até batidas eletrônicas melancólicas, cada música parece criada pra um momento específico. E funciona. Ela não só ambienta — ela amplifica. Lembra aquele silêncio no elevador no final? Aquela música? Aquela despedida? Eu chorei. Simples assim. Porque ali, naquele instante, tudo fez sentido.


Night City é uma das cidades mais vivas e densas já criadas em um jogo. Ela respira, grita, te abraça e te esmaga ao mesmo tempo. Você encontra histórias escondidas em cada esquina, missões secundárias que parecem pequenas, mas te destroem por dentro. Pessoas quebradas tentando continuar — ou simplesmente desistindo.
Não é exagero dizer que, dependendo das suas escolhas, o final pode te marcar pra sempre.
Night City é viva, cruel e poética


Sim, Cyberpunk 2077 teve um lançamento conturbado. Bugs, críticas, decepções. Mas hoje, com as atualizações e principalmente com a expansão Phantom Liberty, o jogo se transformou em algo digno da sua atenção.
Se você nunca jogou, jogue agora. Se jogou na época e largou, volte. Mas faça isso com calma. Com entrega. Com o coração aberto. Porque por trás do visual futurista e da ação intensa, existe um jogo que fala sobre a gente. Sobre escolhas, perdas, identidade e aquela centelha de humanidade que insiste em brilhar… mesmo num mundo que já apagou todas as luzes.
No fim, não é só uma história sobre implantes, megacorporações ou tiroteios. É sobre o que nos faz humanos quando tudo ao redor parece frio, metálico e sem alma. Sobre o que você escolhe lembrar, apagar ou sacrificar. E principalmente, sobre o que fica quando tudo acaba.
E pode acreditar: alguma coisa de você vai ficar em Night City.
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