Criador de The Witcher critica jogos e diz que “escolas de bruxos” são um grande erro

Andrzej Sapkowski, autor de The Witcher, afirma que as escolas de bruxos nos jogos não fazem sentido e nunca deveriam ter existido. Saiba o motivo.

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10/1/20252 min ler

A franquia The Witcher pode ter nascido nos livros de Andrzej Sapkowski nos anos 80, mas foi graças aos jogos que ela se tornou um fenômeno global. Mesmo assim, o autor da obra original não esconde seu descontentamento com certas decisões criativas tomadas nas adaptações — e, segundo ele, há um “grande erro” nos games: o conceito das escolas de bruxos.

Sapkowski não aprova a ideia das escolas

Durante uma sessão de perguntas e respostas no Reddit (AMA), Sapkowski respondeu diretamente o que pensa sobre as adaptações e revelou que detesta a ideia de múltiplas escolas de bruxos. Nos jogos, o protagonista Geralt de Rívia pertence à escola do Lobo, mas é possível se especializar em outras, como a do urso, gato, víbora, lince ou grifo.

Para o autor, esse conceito simplesmente não faz sentido dentro do universo literário:

“Uma única frase sobre uma tal ‘escola do Lobo’ acabou aparecendo em O Último Desejo. Mais tarde, considerei essa ideia narrativamente incorreta e até prejudicial à trama. Por isso, nunca mais mencionei nada parecido. Mas essa única frase bastou para que as adaptações — especialmente os videogames — se apegassem a ela e multiplicassem essas ‘escolas’ de forma desnecessária.”

Sapkowski ainda sugeriu que pode remover essa referência dos próximos relançamentos de seus livros ou até explicar melhor o significado dos medalhões de bruxos no futuro.

Livros e adaptações nunca serão iguais

O escritor deixou claro que, para ele, os livros são a única obra “real” de The Witcher. As adaptações — sejam jogos, séries ou animações — são interpretações alternativas que existem fora do cânone literário:

“A superioridade da palavra sempre prevalecerá sobre as imagens. Nunca haverá um ponto de convergência entre os livros e as adaptações, pois elas vivem em universos narrativos diferentes.”

Essa não é a primeira vez que Sapkowski critica os jogos. No passado, ele já expressou insatisfação com a negociação dos direitos de adaptação com a CD Projekt Red, algo que foi renegociado anos depois — embora ainda pareça haver um certo atrito entre autor e estúdio.

Mesmo com a polêmica, a próxima trilogia de The Witcher já está em desenvolvimento e deve expandir ainda mais o universo dos jogos. A grande dúvida é: será que a CDPR vai continuar apostando nas “escolas” ou tentará se aproximar mais da visão original de Sapkowski?

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